Segundo a história da mitologia “portuguesa”, Inês de Castro teria sido coroada rainha e D. Pedro I teria forçado os seus vassalos a beijar a mão direita, protegida por uma luva, quando a mesma já estava morta em homenagem à sua soberana. Ele construiu um túmulo frente a frente de modo que se vissem um ao outro no dia do Juízo Final. Mas será?
Inês de Castro
Inês de Castro (1325 — 1355) foi uma nobre galega, rainha póstuma de Portugal, amada pelo futuro rei D. Pedro I de Portugal, de quem teve quatro filhos. Foi executada por ordem do pai deste, o rei D. Afonso IV.
Era filha de Pedro Fernandes de Castro, principal responsável pela administração do castelo do rei Afonso XI de Castela, um dos fidalgos mais importantes do reino de Portugal. Inês era uma mulher nobre.
O ditado popular “agora Inês é morta”, é usado quando queremos dizer que uma situação é irreversível. Inês de Castro viveu um amor impossível que acabou tirando sua vida.
O Amor proibido
Inês se tornou dama de companhia de Constança Manuel, esposa de Pedro I de Portugal, herdeiro da coroa. Mas Inês e Pedro se apaixonaram profundamente, mesmo que ele sendo casado.
Nem o pai do herdeiro do trono, Afonso IV, nem o clero apoiavam o caso dos dois. Afonso não concordava com a relação devido à moralidade, mas a verdade é que o rei temia que a mulher influenciasse demais seu filho, visto que eles pertenciam a reinos, até pouco tempo, opostos.
Ao longo dos anos em que estiveram juntos, Inês e Pedro estavam completamente apaixonados, mas em 1344, o rei decidiu que enviaria a mulher ao exílio. Mesmo a distância não enfraqueceu o amor dois, que enviavam cartas românticas um ao outro frequentemente.
D. Constança morreu ao dar à luz o futuro rei, D. Fernando I de Portugal. Viúvo, D. Pedro, contra a vontade do pai, mandou D. Inês regressar do exílio e uniu-se a ela, provocando um escândalo na corte e desgosto para seu pai, o Rei. Começou então uma desavença entre o rei e o infante.
O trágico fim
Pedro e Inês tiveram quatro filhos juntos. Para Afonso, o então rei, eles colocavam em risco a coroa. A ideia do monarca era colocar fim ao relacionamento e ele planejou uma conspiração terrível, ordenando o assassinato de Inês.
Pedro ficou furioso com a notícia, mas foi convencido por sua mãe a não enfrentar o seu pai. Diz a lenda que ele afirmou resignado “Agora, Inês é morta”.
D. Pedro se tornou o oitavo rei de Portugal como D. Pedro I em 1357. Em Junho de 1360 fez a Declaração de Cantanhede, legitimando os filhos ao afirmar que se tinha casado secretamente com D. Inês, em 1354, em Bragança. A palavra do rei, do seu capelão e de um seu criado foram as provas necessárias para legalizar esse casamento.
Pedro não havia esquecido do horror que o fizeram passar e, assim que assumiu, prendeu os homens responsáveis pela morte de Inês.
D. Pedro mandou construir os dois esplêndidos túmulos de D. Pedro I e de D. Inês de Castro no mosteiro de Alcobaça, para onde trasladou o corpo da sua amada Inês, em 1361 ou 1362. Pedro faleceu em 1367 e se juntou à amada.
A coroação de Inês de Castro
Mas vamos aos fatos, ao contrário do que muita gente pensa, e apesar de rituais importados nos arquivos episcopais, os reis de Portugal nunca foram coroados, pois neste reino sempre imperou ao longo da Idade Média a concepção de uma realeza de moldes guerreiros, consagrada pela aclamação, inicialmente por alçamento em cima de um escudo, e não por uma coroação e unção.
Mesmo mais tarde, D. João I bem tentou arranjar para si o privilégio de ser coroado em 1428 junto ao Papa, mas, apesar do privilégio ter sido garantido, nunca chegou a ser usado porque implicava um juramento de fidelidade à Santa Sé. O mesmo fracasso aguardaria tentativas posteriores de D. Duarte em 1436 ou até do infante D. Pedro, durante a sua regência.
Ou seja, a história de uma suposta coroação de Inês de Castro já fica suficientemente eliminada. Como golpe de misericórdia para os mais céticos, não há registo absolutamente nenhum deste acontecimento espantoso em fontes medievais.
A primeira referência já é da segunda metade do século XVI, com provável origem espanhola: uma das primeiras aparições da historia é a peça “Nise Laureada” (1577), de Juan de Timoneda e Jerónimo Bermudez, tendo a partir daí passado para o domínio lendário pela mão de historiadores como Manuel de Faria e Sousa nos séculos XVII-XVIII.
Embora o túmulo de Inês de Castro a represente coroada, esta representação deve ser vista como uma declaração de D. Pedro na pedra de como Inês entrara no paraíso e fora a sua legítima segunda esposa, mensagem reforçada por esse túmulo ter sido aceite pelos cistercienses e pelo discurso do arcebispo Jean de Cardaillac aquando da sua trasladação em finais de 1360 ou inícios de 1361.
Já a história da posição dos túmulos, é uma criação bem mais tardia: os túmulos só foram colocados frente a frente apenas no século XX, tendo estado sempre lado a lado até essa altura, tal como era habitual na época.
Fontes e Créditos sobre a coroação (fatos): Texto utilizado (adaptado para resumo) com a gentileza da autorização da página no Facebook Repensando a Idade Média (facebook.com/RepensandoMedievo). O melhor conteúdo sobre história medieval.
Demais fontes: Aventuras na História + Wiki
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